ESTADO FÍSICO DOS HABITANTES
18. ─ A conformação do corpo dos seus habitantes tem relação com a nossa?
─ Sim, ela é a mesma.
19. ─ Podes dar-nos uma ideia de sua estatura, comparada com a dos habitantes da Terra?
─ Grandes e bem proporcionados. Maiores que os vossos maiores homens. O corpo do homem é como o molde de seu espírito: belo, onde ele é bom. O envoltório é digno dele: não é mais uma prisão.
20. ─ Lá os corpos são opacos, diáfanos ou translúcidos?
─ Há uns e outros. Uns têm tal propriedade, outros têm outra, conforme a sua finalidade.
21. ─ Compreendemos isto em relação aos corpos inertes. Mas nossa pergunta refere-se aos corpos humanos.
─ O corpo envolve o Espírito sem ocultá-lo, como um tênue véu lançado sobre uma estátua. Nos mundos inferiores, o envoltório grosseiro oculta o Espírito aos seus semelhantes. Mas os bons nada mais têm a ocultar: cada um pode ler no coração dos outros. Que aconteceria se assim fosse aqui?
22. ─ Lá existe diferença de sexo?
─ Sim, há por toda parte onde existe a matéria; é uma lei da matéria.
23. ─ Qual é a base da alimentação dos habitantes? É animal e vegetal como aqui?
─ Puramente vegetal. O homem é o protetor dos animais.
24. ─ Disseram-nos que parte de sua alimentação é extraída do meio ambiente, cujas emanações eles aspiram. É verdade?
─ Sim.
25. ─ Comparada com a nossa, a duração da vida é mais longa ou mais curta?
─ Mais longa.
26. ─ Qual é a duração média da vida?
─ Como medir o tempo?
27. ─ Não podes tomar um dos nossos séculos como termo de comparação?
─ Creio que mais ou menos cinco séculos
28. ─ O desenvolvimento da infância é proporcionalmente mais rápido que o nosso?
─ O homem conserva sua superioridade: a infância não comprime a inteligência nem a velhice a extingue.
29. ─ Os homens são sujeitos a doenças?
─ Não estão sujeitos aos vossos males.
30. ─ A vida está dividida entre o sono e a vigília?
─ Entre a ação e o repouso.
31. ─ Poderias dar-nos uma ideia das várias ocupações dos homens?
─ Teria que falar muito. Sua principal ocupação é o encorajamento dos Espíritos que habitam os mundos inferiores, a fim de que perseverem no bom caminho. Não havendo entre eles infortúnios a serem aliviados, vão procurá-los onde esses existem: são os bons Espíritos que vos amparam e vos atraem para o bom caminho.
32. ─ Lá são cultivadas algumas artes?
─ Lá elas são inúteis. As vossas artes são brinquedos que distraem as vossas dores.
33. ─ A densidade específica do corpo humano permite ao homem transportar-se de um a outro ponto, sem ficar, como aqui, preso ao solo?
─ Sim.
34. ─ Existem lá o tédio e o desgosto da vida?
─ Não. O desgosto da vida origina-se no desprezo de si mesmo.
35. ─ Sendo o corpo dos habitantes de Júpiter menos denso que os nossos, é formado de matéria compacta e condensada ou vaporosa?
─ Compacta para nós, mas não para vós. Ela é menos condensada.
36. ─ O corpo, considerado como feito de matéria, é impenetrável?
─ Sim.
37. ─ Os habitantes têm, como nós, uma linguagem articulada?
─ Não. Há entre eles a comunicação pelo pensamento.
38. ─ A segunda vista é, como nos informaram, uma faculdade normal e permanece entre vós?
─ Sim. O Espírito não conhece entraves. Nada lhe é oculto.
39. ─ Se nada é oculto ao Espírito, conhece ele o futuro? (Referimo-nos aos Espíritos encarnados em Júpiter).
─ O conhecimento do futuro depende do grau de perfeição do Espírito: isto tem menos inconvenientes para nós do que para vós; é-nos mesmo necessário, até certo ponto, para a realização das missões de que nos incumbem. Mas dizer que conhecemos o futuro sem restrições seria nivelar-nos a Deus.
40. ─ Podeis revelar-nos tudo quanto sabeis sobre o futuro?
─ Não. Esperai até que tenhais merecido sabê-lo.
41. ─ Comunicai-vos mais facilmente que nós com os outros Espíritos?
─ Sim; sempre. Não existe mais a matéria entre eles e nós.
42. ─ A morte inspira o mesmo horror e pavor que entre nós?
─ Por que seria ela apavorante? Entre nós já não existe o mal. Só o mau se apavora ante o seu último instante. Ele teme o seu juiz.
43. ─ Em que se transformam os habitantes de Júpiter depois da morte?
─ Crescem sempre em perfeição, sem passar por mais provas.
44. ─ Não haverá em Júpiter Espíritos que se submetam a provas a fim de cumprir uma missão?
─ Sim, mas não é uma prova. Só o amor do bem os leva ao sofrimento.
45. ─ Podem eles falhar em sua missão?
─ Não, porque são bons. Só existe fraqueza onde há defeitos.
46. ─ Poderias nomear alguns dos Espíritos habitantes de Júpiter que tenham desempenhado uma grande missão na Terra?
─ São Luís.
47. ─ Não poderias nomear outros?
─ Que vos importa? Há missões desconhecidas, cujo objetivo é a felicidade de um só. Por vezes são as maiores e as mais dolorosas.