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O Livro dos Médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores > Segunda parte — Das manifestações espíritas > Capítulo XXVIII — Do charlatanismo e do embuste > Médiuns interesseiros. > 304
304.
Como tudo pode tornar-se objeto de exploração, nada de surpreendente
haveria em que também quisessem explorar os Espíritos. Resta saber como
receberiam eles a coisa, dado que tal especulação viesse a ser tentada.
Diremos desde logo que nada se prestaria melhor ao charlatanismo e à
trapaça do que semelhante ofício. Muito mais numerosos do que os falsos
sonâmbulos, que já se conhecem, seriam os falsos médiuns, e este simples
fato constituiria fundado motivo de desconfiança. O desinteresse, ao
contrário, é a mais peremptória resposta que se pode dar aos que nos
fenômenos só veem trampolinices. Não há charlatanismo desinteressado.
Qual, pois, o fim que objetivariam os que usassem de embuste sem
proveito, sobretudo quando a honorabilidade os colocasse acima de toda
suspeita?
Se é de constituir motivo de suspeição o ganho que um médium possa tirar da sua faculdade, jamais essa circunstância constituirá uma prova de que tal suspeição seja fundada. Quem quer, pois, que seja poderia ter real aptidão e agir de muito boa-fé, fazendo-se retribuir. Vejamos se, neste caso, é razoavelmente possível esperar-se algum resultado satisfatório.
Se é de constituir motivo de suspeição o ganho que um médium possa tirar da sua faculdade, jamais essa circunstância constituirá uma prova de que tal suspeição seja fundada. Quem quer, pois, que seja poderia ter real aptidão e agir de muito boa-fé, fazendo-se retribuir. Vejamos se, neste caso, é razoavelmente possível esperar-se algum resultado satisfatório.