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Os incrédulos ainda objetam que o fenômeno da suspensão das mesas, sem
ponto de apoio, é impossível, por ser contrário à lei de gravitação.
Responder-lhes-emos que, em primeiro lugar, a negativa não constitui uma
prova; em segundo lugar, que, sendo real o fato, pouco importa
contrarie ele todas as leis conhecidas, circunstância que só provaria
uma coisa: que ele decorre de uma lei desconhecida e os negadores não
podem alimentar a pretensão de conhecerem todas as leis da natureza.
Acabamos de explicar uma dessas leis, mas isso não é razão para que
eles a aceitem, precisamente porque ela nos é revelada por Espíritos que
despiram a veste terrena, em vez de o ser por Espíritos que ainda
trazem essa veste e têm assento na Academia. De modo que, se o Espírito
de Arago, vivo na Terra, houvesse enunciado essa lei, eles a teriam
admitido de olhos fechados; mas, desde que vem do Espírito de Arago,
morto, é uma utopia. Por que isto? Porque acreditam que, tendo Arago
morrido, tudo o que nele havia também morreu. Não temos a presunção de
os dissuadir; entretanto, como tal objeção pode causar embaraço a
algumas pessoas, tentaremos dar-lhes resposta, colocando-nos no ponto de
vista em que eles se colocam, isto é, abstraindo, por instante, da
teoria da animação fictícia.